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29 mar 2024

Araraquara de olho no Jabuti

Por Reinaldo Polito

Eu não poderia comemorar de maneira mais feliz o meu 100º texto na Tribuna. Sim, porque esta é a 100ª vez que dou o ar da graça neste jornal que já faz parte da minha vida como escritor. O motivo da minha alegria é uma conquista de Araraquara. Veja se você também não vai ficar orgulhoso.

O prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro,  é considerado a mais importante consagração da literatura brasileira. Ganhar um Jabuti é receber o atestado de qualidade e de competência na publicação de um livro. Só para a 47ª edição, que está julgando os vencedores das 17 categorias em 2005, foram inscritas 2310 obras.

No dia 4 de agosto foram escolhidos os 10 finalistas de cada categoria. Araraquara está presente entre os finalistas. A araraquarense Professora e Mestre em comunicação e Mercado, Marlene Theodoro, autora do livro “A Era do Eu S.A. – Em busca da Imagem Profissional de Sucesso”, publicado pela Editora Saraiva, está entre os dez finalistas na categoria  ciências exatas, tecnologia,informática, economia, administração, negócios e direito.

O livro foi selecionado por um júri composto por especialistas em literatura, produção gráfica, ilustração, jornalistas e pesquisadores. Embora os ganhadores venham a ser conhecidos na eleição final a ser realizada no dia 31 de agosto, qualquer que seja o resultado, Marlene Theodoro poderá se considerar uma vencedora, pois o fato de ser uma das dez finalistas mostra o brilho e a elevada qualidade de seu trabalho. O livro foi baseado em sua dissertação de mestrado e teve como prefaciador o Professor Doutor Ivan Santo Barbosa, Chefe do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da ECA – USP, que elogiou a obra da autora com as seguintes palavras:

“O texto de Marlene Theodoro é uma narrativa de sucesso (a dissertação que lhe deu origem é uma da melhores que li). Tem caráter – no sentido forte do termo -, e suas palavras vêm cristalinas, translúcidas em camadas sutis e exatas, lâminas breves que verticalizam complexidades ao atingir âmagos obscuros desvendado-lhes as tramas e as ardiduras, trazem à plena luz do texto as formas precisas, os conteúdos necessários, no momento urgente.

É uma honra para mim introduzir o texto elegante, fino e belo assim como o belo e iluminado ser que o teceu “.

Na 4ª capa do livro, Max Gehringer, um dos mais importantes conferencistas da história do Brasil contemporâneo, descreve assim a obra de Marlene Theodoro: “Neste livro, Marlene Theodoro nos leva a refletir sobre esse conflito em que a tão buscada individualidade está contida num universo empresarial que sistematiza e, não raramente, reprime. E nos mostra como o”Eu“moderno está tentando encontrar o equilíbrio pessoal, profissional e emocional que finalmente lhe permitirá não apenas possuir, mas, principalmente, desfrutar”.

A escolha do livro de Marlene Theodoro é uma conquista para todos nós araraquarenses, pois reitera a nossa tradição intelectual sempre tão admirada e respeitada no mundo das artes, das letras e das ciências.

A própria autora, na conclusão de seu livro, ao definir a condição do homem no mundo pós-moderno, usando as palavras do cientista político Walter T. Anderson, talvez não tenha tido a consciência de que falava de si mesma: “Cada um de nós é mais do que um eu, e também mais do que uma progressão pós-moderna de múltiplos eus; cada um de nós é também um aparato maravilhosamente complexo, altamente evoluído e um tanto confuso, por intermédio do qual o universo se torna consciente de si mesmo, se admira e tenta imaginar o que ele é”.

Vamos cruzar os dedos e torcer por mais essa vitória de Araraquara. Na verdade, é só comemorar, pois, como eu já disse, ao ser finalista do jabuti Marlene Theodoro  já é uma vencedora.

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