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03 jul 2018

Como o político deve falar hoje

A comunicação mudou, principalmente para os políticos.

Houve um tempo em que os políticos falavam de maneira artificial, sempre interpretando uma emoção que quase nunca sentiam. Existia uma espécie de pacto entre o orador e a platéia – ele interpretava a emoção, os ouvintes fingiam que acreditavam que os seus sentimentos eram verdadeiros, e o político fingia que acreditava que o público estava acreditando.
Esse era o espetáculo da comunicação, onde existia o conteúdo, mas o que prevalecia, era quase sempre a forma.

Quando o ex-ministro João Mellão Neto prefaciou o meu livro “Como se tornar um bom orador e se relacionar bem com a imprensa” relatou um fato interessante: “… lembra-me Jânio Quadros, um dos mais geniais oradores que o Brasil já possuiu. Assistindo a um discurso dele em uma cidade do interior, ele magnetizou a platéia por uns quarenta minutos. Quando encerrou, foi delirantemente aplaudido pelo povo humilde que o assistia.
Na saída, ouço um cidadão comentar com outro – ‘Olha, não entendi nada, mas como esse homem fala bem! Vou votar nele’…”.

Algumas pessoas, hoje, ainda escolhem os seus candidatos mais pela forma como falam, do que pelo conteúdo que apresentam, mas é um número cada vez menor.
Se os eleitores estão caminhando nos estágios para aprender a votar, é certo que os primeiros degraus já foram vencidos.
Desenvolveram sua capacidade de avaliação e começaram a exigir mais coerência entre o que se fala, o que se fez e o que se pode fazer.

Faz mais sucesso hoje o político que se afastou dos antigos “trinados raivosos” e passou a falar com naturalidade, sem afetação, preservando seu verdadeiro estilo.
Se mantiver suas características e souber ordenar com coerência suas mensagens, estará desenvolvendo a comunicação para os dias atuais, com maiores chances de conquistar seus eleitores.

Para que possa ser acreditado na sua mensagem, o político precisa de alguns requisitos:

  • Naturalidade – É o requisito dos tempos modernos. O público tolera a falta da técnica na comunicação do político, mas não aceita falta de naturalidade;
  • Emoção – O político não pode ser neutro ao falar. Se falar de problemas, precisa estar indignado; se falar de soluções precisa estar com ar alegre, esperançoso, e vitorioso. Sem o exagero do estilo do passado, evidentemente;
  • Demonstrar conhecimento – O político não pode falar “por ouvir dizer”, precisa demonstrar que conhece o assunto, que vive o problema, que tem experiência na matéria;
  • Ter uma conduta pessoal exemplar – Se houve um tempo em que o político podia falar de uma maneira e agir de outra, esse momento passou, e se existiu mesmo, nunca deveria ter existido.

Dizia Vieira que o Batista convertia porque as suas palavras pregavam aos ouvidos e o seu exemplo aos olhos.

Reinaldo Polito

Esses e outros conceitos são desenvolvidos no curso de expressão verbal ministrado pelo Professor Reinaldo Polito.
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