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24 abr 2024

Um minuto de silêncio

Reinaldo Polito

Há poucos dias eu estava fazendo uma pesquisa sobre cerimonial na obra do Dr. Nelson Speers e me deparei com uma informação curiosa sobre a origem do minuto de silêncio:

“O emocionante rito que consiste em guardar um minuto de silêncio tem suas origens no começo do século XX. Em Lisboa, no ano de 1912, o senado estava reunido quando chegou a notícia de que morrera o Barão do Rio Branco, chanceler do Brasil.

O presidente da casa, em sinal de pesar, propôs guardarem silêncio por dez minutos. Todos se levantaram, espontaneamente. E a partir daí esse rito foi adotado por todas as assembléias européias, mais tarde espalhando-se praticamente pelo mundo inteiro, com o tempo de silêncio, no entanto, reduzido para um minuto.”

Relatei o fato ao Max Gehringer, que me respondeu apresentando uma outra versão:

“Um jornalista de Melbourne, Edward George Honey, foi o primeiro a propor um período de silêncio pelo Dia da Memória Nacional em uma carta publicada no London Evening News em 8 de maio de 1919.

A sugestão chamou a atenção do rei George V.  Depois de testar a praticidade de um silêncio de cinco minutos – uma tentativa fora realizada com guardas granadeiros permanecendo silenciosamente  em posição de sentido – o rei fez publicar uma proclamação em 7 de novembro de 1919 em que convocava para um silêncio de dois minutos. Sua proclamação pedia que ‘todo movimento fosse interrompido, de forma que, em plena quietude, os pensamentos de todos pudessem se concentrar e reverenciar a memória dos gloriosos mortos’.

Às 11 da manhã do dia 11 de novembro de 1919, os australianos, pela primeira vez, fizeram uma pausa e se levantaram num tributo silencioso aos homens e mulheres da Força Imperial Australiana que morreram nos campos de batalha no Oriente Médio, Gallipoli e Europa”.

Mas, a melhor parte da história veio no final, quando ele contou um fato sobre um minuto de silêncio, esse sim bem documentado:

Jogo Ceará x Fortaleza, em 1984. Antes do jogo, um minuto de silêncio pela morte da mãe do juiz. Aos 5 minutos, o juiz anula um do gol do Ceará. E a torcida começa a gritar: “Órfão da puta! Órfão da puta!”

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