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25 abr 2024

Varig, gosto muito de você!

Pouco tempo atrás, Max Gehringer publicou um artigo falando a respeito do seu relacionamento com a VARIG. Iniciou comentando sobre o carinho que sempre teve pela empresa, mas terminou reclamando do péssimo atendimento que passara a receber em suas últimas viagens.
Eu não apenas concordei com as críticas feitas pelo conceituado articulista e palestrante, como aderi ao panelaço e sai resmungando meu descontentamento pelos quatro cantos, aproveitando todas as oportunidades em minhas aulas e palestras para tocar no assunto. Acredito que tanto eu como o Max estávamos magoados e nos sentindo traídos, pois é difícil admirar uma organização durante tantos anos, ter orgulho de mencionar seu respeitado nome no exterior, e de um momento para o outro constatar que aquela imagem estava trincada, não podendo mais ser motivo de admiração e muito menos de orgulho.
Entretanto, nada como um dia após o outro. Recentemente fui observar o lançamento do meu livro “Cómo hablar bien em público” na Espanha, e já que estava na Europa aproveitei para dar um pulinho na Itália. A Alitalia, companhia aérea italiana, transformou meu retorno ao Brasil numa das mais infernais aventuras que já vivenciei. Eu deveria sair de Veneza domingo num vôo das 17 horas, fazer escala em Milão e de lá vir direto para São Paulo. Chegaria aqui na segunda bem cedo, lá pela seis e pouco da manhã, em tempo de cumprir com os compromissos que havia agendado. Ocorre que o vôo programado para sair às 17 horas, sem que ninguém conseguisse explicar o motivo, até porque a Alitalia escalou apenas uma pessoa para atender às reclamações de mais de 100 passageiros, só saiu às 21 horas. Embora as quase 20 pessoas que fariam a mesma escala em Milão para viajar para o Brasil informassem insistentemente que precisariam chegar em tempo para não perder o vôo e eles nos garantissem que já haviam avisado o pessoal de Milão de que deveria nos esperar, mesmo que atrasássemos um pouco, para surpresa e indignação de todos nós, depois de muita correria pelos corredores e escadas do aeroporto de Milão, ficamos sabendo que ninguém havia avisado ninguém e que o avião partira 10 minutos antes da nossa chegada. Ficamos rodando para cima e para baixo naquele aeroporto até depois da meia noite, sem que ninguém nos orientasse onde buscar as malas e como deveríamos agir. Enfim, nos puseram num ônibus que andou cerca de 40 minutos até chegar a um hotel para que pudéssemos dormir e no dia seguinte embarcar num vôo que nos levaria até Madri e aproveitar um avião da Varig que partiria da capital espanhola às 14 horas.
Não sei se você está entendendo o que eu estou querendo dizer. A Alitalia, por pura incompetência, gastou uma fortuna mandando quase 20 pessoas para hotel, pagando refeições extras, gastando com vôos adicionais até Madri, só porque não tiveram o cuidado de avisar seu próprio pessoal de Milão que deveriam segurar o vôo por apenas 10 minutos. Não se esqueça de que o atraso de 4 horas em Veneza foi culpa deles.
Quando chegamos a Madri ainda tivemos outros contratempos por causa de informações incorretas da Alitalia e mais uma vez quase perdemos o vôo.
Ao embarcar no avião da VARIG, fomos recebidos com cordialidade, simpatia e muita eficiência por toda a tripulação. A diferença no atendimento da VARIG e da Alitalia foi tão gritante que mais uma vez senti orgulho de ser brasileiro. Não via a hora de chegar em casa e escrever para o Max contando tudo o que havia ocorrido, para dizer a ele que enquanto eu perambulava meio perdido por aqueles aeroportos, ônibus e hotéis, perdendo compromissos importantes por causa de uma empresa aérea do “primeiro mundo”, o tempo todo senti saudade da VARIG. E como um namorado que se arrepende de ter brigado com a pessoa amada por futilidades, precisava dizer que desejava fazer as pazes e declarar de novo – VARIG, VARIG, VARIG, gosto muito de você!

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